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Construção do diagnóstico da NMO | com Dr. Douglas Sato

A Neuromielite Óptica (NMO), também conhecida como Doença do Espectro da Neuromielite Óptica (NMOSD), é uma condição autoimune rara que afeta o sistema nervoso central, atingindo especialmente o nervo óptico e a medula espinhal. Devido à sua similaridade com outras doenças neurológicas, como a Esclerose Múltipla, a construção do diagnóstico da NMO é um processo minucioso, baseado em múltiplos fatores clínicos e laboratoriais.

Construção do diagnóstico da NMO

O diagnóstico da NMO é uma construção, um verdadeiro quebra-cabeça que envolve a análise de sintomas, exames de imagem e testes laboratoriais. Portanto, o primeiro passo é a identificação de um episódio clínico característico, também chamado de surto.

De acordo com o que destacamos no episódio 2 do podcast Conexões Verdes com a neurologista Milena Pitombeira, entre os sintomas iniciais mais comuns estão:

  • Neurite óptica: Inflamação do nervo óptico, causando dor ocular e perda de visão que pode ser unilateral ou bilateral;
  • Mielite transversa: Inflamação na medula espinhal, levando a fraqueza muscular, alterações na sensibilidade, dor intensa e dificuldades urinárias e intestinais;
  • Síndrome da área postrema: Náuseas, vômitos e soluços persistentes sem causa aparente, resultado da inflamação em uma região específica do tronco cerebral.

Estes sintomas, quando identificados de forma isolada ou combinada, são fundamentais para levantar a suspeita de NMO e iniciar uma investigação detalhada.

Exames fundamentais para confirmação do diagnóstico da NMO

A fim de confirmar o diagnóstico, são necessários exames que permitam visualizar as lesões inflamatórias e identificar biomarcadores específicos da doença. Os principais exames incluem:

  • Ressonância Magnética (RM): utilizada para detectar lesões na medula espinhal, no nervo óptico e em áreas cerebrais específicas. A RM é essencial para diferenciar a NMO de outras doenças neurológicas.
  • Teste de anticorpos anti-aquaporina-4 (AQP4-IgG): considerado o principal biomarcador da doença, sua presença confirma o diagnóstico de NMO. Caso o teste seja negativo, outros critérios clínicos e exames complementares devem ser analisados.
  • Punção lombar e análise do líquido cefalorraquidiano: ajuda a descartar outras doenças neurológicas inflamatórias ou infecciosas.

A precisão desses exames é crucial, pois um diagnóstico correto direciona o tratamento adequado e evita que o paciente receba terapias inadequadas, como aquelas voltadas para Esclerose Múltipla, que podem agravar a NMO.

Os desafios do diagnóstico da NMO

Um dos maiores desafios no diagnóstico da NMO é o desconhecimento da doença por parte de muitos profissionais de saúde, porque isso faz com que pacientes passem por diversas especialidades antes de chegar ao neurologista. Assim, possivelmente se atrasa o diagnóstico e aumenta o risco de sequelas permanentes.

Além disso, exames específicos, como o teste de anticorpos anti-aquaporina-4, ainda não são amplamente acessíveis, o que pode dificultar a confirmação da doença, especialmente no sistema público de saúde.

A falta de conhecimento sobre a NMO também leva a diagnósticos errôneos, o que pode resultar em tratamentos ineficazes ou até prejudiciais. Por isso, uma maior conscientização e capacitação de médicos e outros profissionais da saúde deve reduzir o tempo entre o primeiro sintoma e a confirmação da doença.

Logo, indica-se que a construção do diagnóstico da Neuromielite Óptica é um processo complexo que exige uma abordagem multidisciplinar e a combinação de diferentes ferramentas diagnósticas. A identificação precoce da doença é essencial para iniciar o tratamento adequado e minimizar o risco de sequelas graves.

Além disso, a ampliação do acesso a exames específicos e a disseminação de informações sobre a NMO entre profissionais de saúde são passos fundamentais para melhorar o prognóstico dos pacientes. Com mais conhecimento e diagnóstico precoce, é possível proporcionar uma melhor qualidade de vida para aqueles que convivem com essa condição rara, mas tratável.

Quer saber mais? No podcast da ABNMO, o neurologista Dr. Douglas Sato explica em detalhes tudo sobre a NMO e a construção de um diagnóstico.

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